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Mensagem por Gigaview Ter 11 Fev 2020, 19:47

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Mensagem por Gigaview Qua 12 Fev 2020, 19:09

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Mensagem por BRIENNE OF FKING TARTH Sex 14 Fev 2020, 15:41

Texto bastante claro e preciso em sua avaliação do "fenômeno" da psicografia.

"No que considero o episódio mais obscuro deste blog , passamos a assistir uma série de artigos sobre o espiritismo. Para perplexidade de muitos, devido aos comentários demolidores  estes foram proibidos de serem vinculados aos artigos . O espiritismo é uma pratica que cada vez mais se aproxima do charlatanismo e tem consequências nefastas ao se afirmar como ciência. Segue um artigo do site “o questionador” que espero que tenha o mesmo destaque dos artigos espíritas.

Por que não devemos compactuar com a Psicografia?

A psicografia é uma técnica de escrita usada por alguns “médiuns” para tentar convencer outras pessoas da existência de espíritos e da possibilidade de comunicação com os mortos. Historicamente, a psicografia foi utilizada por Allan Kardec, na França, para elaborar sua teoria espiritual e fundar o espiritismo. Após ver mesas levitando e girando sozinhas, Kardec jurou que os espíritos poderiam mover objetos e, até mesmo, sua própria mão. Assim, Kardec fez mais de mil perguntas para os espíritos e obteve todas as respostas, escrevendo-as por si mesmo. Mas, aqui no Brasil, a consagração da psicografia se deu com Chico Xavier, que ficou reconhecido popularmente por suas cartas de amor e compaixão, assinadas em nome de pessoas mortas. Chico recusou dinheiro e optou por uma vida bem humilde, mas alcançou o estrelato de comunicador do mundo espiritual às custas da propagação da doutrina espírita herarquizadora e pré-destinadora de Allan Kardec. Entretanto, o que algumas pessoas não sabem é que, há tempos, Chico Xavier foi desmascarado por Waldo Vieira (amigo pessoal de Chico), que revelou como funcionavam os truques de escrita usados para obter as informações específicas sobre os mortos e convencer as pessoas com as cartas psicografadas endereçadas aos seus parentes. Com isso, a psicografia passou a ser mais questionada, tanto pela sua metodologia prática altamente artificial, quanto pela sua utilização tendenciosa e manipuladora.

Sobre Chico, o que Waldo Vieira revelou foi que Chico não atuava sozinho, e muitas informações específicas como nome do morto, data de falecimento, apelidos e outras informações mais pessoais eram repassadas para Chico através de terceiros. Waldo Vieira dizia que outras pessoas, que estavam ao lado dos “médiuns”, circulavam pelas salas de espera, coletavam algumas informações com as mães desesperadas e as transmitiam para o “médium” diretamente ao pé do ouvido, ou as registrava em cartas enviadas para o “médium”. Um simples exemplo disso seria: “Olha, Chico, uma senhora de nome Maria de Fátima, de 59 anos, irá lhe procurar no próximo domingo para receber informação de seu filho João Pereira Neto, que morreu num terrível acidente de carro aos 35 anos de idade. As pessoas chamavam ele de Neto, e ele deixou duas filhas Beatriz e Isabel de 10 e 11 anos.” Somente com essas informações precisas à mão, qualquer pessoa que saiba redigir um texto poderia escrever uma carta imaginativa para esta mesma mãe aflita, usando cada informação estrategicamente com mensagens de carinho, convencendo essa mãe sobre a autoria da mensagem ser de seu próprio filho. (Inclusive este é um dos tipos de treinamento utilizado no ensino de redação para aprimorar e treinar a argumentação no estilo narrativo). E o que sabemos sobre Chico Xavier é que ele, além de ter sido um grande leitor, também era um excelente escritor, e por isso não seria de se estranhar que ele tivesse tanta habilidade em demonstrar o seu talento nas cartas psicografadas.

Waldo vieira também relatou que, até mesmo, alguns parentes ou próprios amigos dessas mães “ajudavam” os médiuns na coleta de informações, auxiliando o repasse de informações com a intenção de “facilitar” que o espírito do morto pudesse se comunicar. Inclusive, algumas pessoas levavam a carteira de identidade da pessoa falecida, permitindo que a letra de sua assinatura fosse visualizada e copiada durante a elaboração da carta. E mesmo não conseguindo as mínimas informações, Chico também elaborava cartas generalistas, que só contavam com alguns termos e expressões padronizadas, servindo para que qualquer mãe eventualmente se identificasse diante seu desespero, como por exemplo: “minha querida mamãe”, “seu filho do coração”, “aos meus irmãos queridos”, “meu amado pai”. Da mesma forma, é curioso notar que a estratégia do convencimento também acontecia pelo reconhecimento da forma como se deu a morte da pessoa. Assim, as mães que procuravam respostas de filhos que cometeram suicídio eram padronizadas com o contexto do arrependimento e com mensagens de perdão. Já nas mortes que aconteciam por acidentes inesperados, as mensagens tranquilizavam as mães com a ideia de que o acidente já estava programado para acontecer, e de que o filho já estaria acolhido espiritualmente, confortando a mãe com frases de amor, que não foram ditas antes por ele enquanto vivo.

Também é interessante observar o fato de que algumas mães se convencerem, até mesmo, por apenas uma palavra ou apelido pessoal identificados na carta psicografada, e que somente ela acreditava que sabia. Ainda assim, há uma explicação para essas auto-identificações sentimentais: diante uma exposição grupal (por exemplo, como a sala de espera num centro espírita), e somado a eventos emocionais de perda ou trauma (a morte de um filho), alguns estudos em neurociência do comportamento humano demonstram que nossa memória é reeditada inconscientemente pelo nosso cérebro, e uma nova informação, mesmo sendo falsa, pode ser considerada real por mecanismos instintivos próprios, dependendo do nível emocional e social embutido naquele evento e naquela situação. Isso explica porque muitas mães se impressionavam tanto com alguns detalhes, mesmo quando eles não pareciam assim tão bem verdadeiros. Não é à toa Chico ter feito muito mais sucesso com as mães de filhos mortos, em comparação com outros familiares ansiosos por mensagens de um parente já falecido, tal a forte intensidade da identificação gerada pelo sentimento de perda de um filho com o conforto consolador de uma mensagem final.

Não é de se estranhar, portanto, o fato dessas cartas psicografadas serem elaboradas apenas dentro de centros espíritas e confinadas em salas com pessoas e contatos influentes, característica tão comum no movimento espírita (para quem já a conhece), pois é sempre algum amigo ou conhecido dentro do espiritismo que oferece uma ajuda ou fornece o convite para receber uma carta de um parente falecido. Na verdade, sempre haverá uma pequena ou mínima comunicação entre o “médium” e a família do morto, por mais distante e inexplicável que seja a relação entre eles. Até mesmo as pessoas de outros Estados viajavam até Minas Gerais, buscando ajuda de Chico. E, nesses casos, durante a recepção, ou até mesmo antes, muitas informações já eram repassadas boca-a-boca pelos próprios familiares e,por isso, sempre alguma informação chegava até o médium. O que diferencia nos vários casos dessas cartas é como as informações foram repassadas, em qual quantidade e intensidade elas são detalhadas para o “médium” e, principalmente, qual seria o grau de competência do “médium”. No caso de Chico, seu sucesso não estava ligado apenas à sua inteligência e astúcia na escrita. Ele fez um grande sucesso porque, aos poucos, ele foi cercado por um verdadeiro esquema que reunia médiuns e outros amigos que, além de saberem como transmitir algumas informações sem que as pessoas descobrissem ou desconfiassem, também construíram uma verdadeira cúpula imaginária e simbólica em torno da figura de Chico, idolatrando-o como o Deus da comunicação espiritual.

Mas o que há de comum entre esses “médiuns” que fazem cartas psicografadas é que todos eles são especialistas na identificação de padrões. O poder de convencimento está justamente ligado ao fato de saberem ponderar cautelosamente como transmitir uma ideia sobrenatural (no caso, a crença em espíritos), aliando a ela fatos verdadeiros sobre vida de uma pessoa. E em se tratando de manipuladores com alto grau de sabedoria, isso fica muito fácil de se fazer, quando o que está por trás é a dependência da identificação gerado por um sentimento de perda (a morte de um parente querido). É evidente que a fé é usada na manipulação dos sentimentos em favor de uma verdade convencionada pela troca de conforto. Pois se é a carência, e o fato de não saber lidar com a morte, que faz as pessoas buscarem a psicografia como forma de lamentarem suas dores, é preciso que as nossas emoções sejam melhor reconhecidas e treinadas por nós mesmos antes de nos apegarmos a qualquer tipo de crença e de buscar explicações místicas para algo que pode ser compreendido logicamente. E uma boa forma de impedir que nossa fé domine nosso pensamento é educar-se emocionalmente, ou seja, dominando nosso ego e permitindo que os nossos sentimentos sejam reconhecidos e superados com o equilíbrio da razão. Assim, nosso relacionamento com o mundo pode ser conquistado sem cair nas armadilhas mentais do ego e das religiões exploradoras da fé.

Por outro lado, as pessoas que compactuam com a psicografia (os espíritas e os simpatizantes do espiritismo) devem entender que não se provará a existência de vida após a morte apenas com depoimentos de mães esperançosas, ou simplesmente escrevendo algumas informações precisas em nome de algum morto. Tanto porque, conhecer informações específicas sobre alguém que já morreu não significa deter o poder de se comunicar com o mesmo. Falsas-evidências e generalizações não podem ser tomadas por verdades absolutas, principalmente quando sabemos que, nesses momentos de exaltação da fé, a nossa emoção é capaz de alterar a verdade e encobrir a razão. Por isso, é preciso entender que a hipótese sobre a comunicação espiritual só poderá ser confirmada quando houver evidências claras para isto, ou seja, estudos científicos com controle real e rigoroso dos dados e das informações. E é certo que naquela época de Chico, e no ambiente dos centros espíritas, isso não acontecia, já que não havia controle sobre as pessoas que organizavam as atividades espirituais e que se comunicavam diariamente e com certa liberdade entre o médium e o público.

Na verdade, para que se fosse possível testar a hipótese da comunicação espiritual pela psicografia, seria preciso que se montasse um experimento controlado, que seguisse uma metodologia rigorosa. Por exemplo, poderíamos criar um experimento convidando pessoas que tiveram familiares falecidos há pouco tempo, selecionado o público numa sala de espera, e criando um grupo controle de pessoas previamente identificadas com informações falsas sobre seus parentes mortos. Em seguida, seriam convocados médiuns voluntários (que atualmente fazem psicografia), para participarem de uma sessão mediúnica com estes mesmos participantes, num local de escolha dos próprios médiuns. Nesse cenário de recepção e acolhimento, os “médiuns” teriam contato com o público mas não saberiam identificar quais as pessoas estariam assumindo as identidades falsas. Dessa maneira, poderiam ser observados os resultados das psicografias, comparando-se de que forma os “médiuns” iriam psicografar cartas com as informações verdadeiras, e de que forma as psicografias seriam direcionadas para cada pessoa. Essa seria uma forma bem simples para se chegar a alguma conclusão sobre a comunicação espiritual.

Entretanto seria muito difícil de se encontrar, hoje, algum “médium” que aceite participar de experimentos controlados, e todos eles criarão inúmeras desculpas para não participarem de um evento como esse. Inclusive, isso já foi proposto por James Randi, nos EUA, que ofereceu 1 milhão de dólares para que qualquer pessoa demonstrasse qualquer manifestação ou efeito sobrenatural, que não pudesse ser explicada cientificamente. Em todas as tentativas, James Randi desmascarou muitos “médiuns”, que se consideravam paranormais, e outros charlatões ao vivo num programa de televisão. Mas, o fato é que a grana oferecida por Randi não atraiu esses “médiuns” espíritas, já que sua prática espiritual não é movida pelo dinheiro, mas sim pelo ego. E, em se tratando de ego, nenhum deles estariam dispostos a “por em cheque” suas atividades espirituais, já que a maioria não saberia lidar com o vergonhoso fato de poderem ser desmascarados e invalidados quanto aos seus falsos poderes comunicativos.

E a explicação dos espíritas para esta técnica é tão surreal que são, no mínimo, três exigências (absurdos) que estamos aceitando sem questionar: primeiro, crer que espíritos existam; segundo, crer que o espírito possa se comunicar; e terceiro, crer que o médium possa entendê-las e transmiti-las. A teoria kardecista explica muito superficialmente como essas possíveis manifestações espirituais aconteceriam, usando conceitos fantasiosos e termos como “ectoplasma” e “materialização”, elaborados unicamente pela fé e impossíveis de serem testados a luz da razão. Por isso, não há formas de crer metodologicamente em uma doutrina que valoriza o artificialismo e comunga com o claramente irracional. O espiritismo de Kardec ultrapassa sua prepotência em querer explicar o mundo, e o que a religião espírita faz com a psicografia não é esclarecer com a verdade, mas sim oferecer um mecanismo para iludir as pessoas. E a ilusão é capaz de levar conforto para a dor da perda! Nesse sentido, é preciso que as pessoas reconheçam a atividade desses “médiuns” espirituais como uma conveniência comungada pela própria religião, e não como uma prática dotada de verdade absoluta.

Comparativamente, é da mesma forma que agem os mágicos ilusionistas, que tentam convencer o público de seus poderes sobrenaturais com seus incríveis truques visuais. Na verdade, os “médiuns” fazem na escrita, o que os mágicos fazem no palco. Entretanto, enquanto os mágicos atuam promovendo o entretenimento e a diversão, esses “médiuns” atuam explorando um sentimento de dor em troca da fé. O convencimento deixa de ser um entretenimento e passa a ser fonte de consagração de falsos-ídolos e de exploração da fé, através da valorização de um poder que não existe, mas que é conveniado para confortar as pessoas que não sabem lidar com a morte de seus parentes queridos. Mas ainda é possível ter uma fé sadia e racional, convivendo com religiões que admitem a imortalidade da alma, desde de que para isso não se utilizem de práticas artificiais ou que, principalmente, não abusem da identidade das pessoas mortas. Há muitas religiões mais humildes e menos prepotentes que o espiritismo, como por exemplo o budismo, que enfatizam a crença espiritual e que não realizam práticas artificiais.

Mas o grande problema, e o mais grave, dessa técnica é que escrever algo em nome de alguém, sem a devida autorização, é uma atitude que está ligada ao abuso de identidade. Por mais carinhosas ou caridosas que sejam as palavras no conteúdo das cartas endereçadas, e por mais que a intenção seja confortar a dor dessas mães, há muita covardia em se escrever algo no nome de alguém que não pode corrigir ou contradizer as afirmações que são ditas em seu nome. Imaginem como deva ser extremamente desconfortante viver uma vida com suas próprias escolhas e legítimas decisões, e diante sua morte, alguém ter a ousadia de usar seu nome para dizer as coisas das quais você se arrependeu ou não, as pessoas que amou ou não, as crenças que você realmente acreditou ou não e, até mesmo, a religião que decidiu seguir ou não. E o que esta prática tão tendenciosa permite, é reeditar a história de quem já viveu e recriá-la a partir da ótica espírita. Por exemplo, pessoas que são ateus e que não seguem doutrinas religiosas podem ser desmentidas, após sua morte, por “médiuns” que, em nome do morto, se arrependem de sua descrença escolhida autenticamente durante sua vida. Eles usam a psicografia e confessam, pelo morto, a sua nova crença em Deus e no próprio espiritismo, valorizando a própria religião e conquistando, dessa maneira, mais um seguidor.

Analisando friamente a atitude desses “médiuns”, não está muito longe dos crimes de falsidade ideológica. Nesses crimes, pessoas especializadas na capacidade de falsificação de documentos alteram o conteúdo dos mesmos para favorecimento de si próprio ou de terceiros. Comparando-se isto à psicografia, o favorecimento relativo ao primeiro caso seria se auto-consagrar com o poder sobrenatural; no segundo, valorizar a própria religião e atrair o público espírita. É claro que há uma grande diferença entre falsificadores de documentos (que agem de má-fé) e os “médiuns” psicográficos (que exploram a fé-cega), muito embora exista sim uma relação bem sutil entre eles. Mesmo assim, devemos compartilhar a ideia de que a inexistência (a morte) não deve permitir a falsificação da identidade. E, por mais que a crença dos espíritas em mediunidade, e em outras vidas, seja essencial para eles viverem consolados e iludidos com a promessa de vidas futuras, todos eles precisam entender que não devemos crer em fé que abusa da identidade das pessoas

Este é o perigoso e covarde poder da manipulação que a estratégia espírita da psicografia utilizada para atrair muitos fiéis. Ao contrário do que ocorreu em outros países, como Portugal e na França, a difusão do espiritismo, aqui no Brasil, com as cartas de Chico Xavier, deu muito certo graças à ignorância e ao baixo nível educacional da maioria do povo deste país, que sempre tornou as pessoas alvos fáceis para a doutrinação religiosa em massa. Mas, atualmente, é muito fácil ter acesso à informação sobre as pessoas, inclusive as que já morreram, o que tem dificultado enormemente, hoje em dia, se envolver com o misticismo das técnicas psicográficas, sem que se desconfie ou se descubra como o médium conseguiu aquela informação específica. Por isso que, após a morte de Chico Xavier e a posterior revelação das técnicas e truques por Waldo Vieira, as cartas endereçadas foram deixadas relativamente de lado, e a psicografia passou a ser um método eficiente de escrita que os autores espíritas encontraram para divulgar o espiritismo com seus livros pessoais assinados em nome de espíritos. Assim, os novos “médiuns” divulgadores do espiritismo elaboram histórias fantasiosas de reencarnação e lições de moral com conceitos da doutrina kardecista e as publicam em formato de livro. Neste tipo de atuação, a psicografia se torna uma prática limitada à uma atividade pessoal, altamente introspectiva, pois é dotada do sentido literário, ou seja da criação imaginária como uma forma de expressão através da escrita.

Mas no geral, o que fazemos quando estamos compactuando com a psicografia das cartas endereçadas é, além de permitir que esses “médiuns” sustentem o falso-poder sobrenatural de comunicação com mortos e se auto intitulem promulgadores da profetização espiritual, também estamos permitindo que estes escritores se tornem capazes de abusar da identidade de alguém que não pode mais se defender. Tanto porque, até hoje, nenhum fato, evento, efeito ou manifestação sobre a existência espiritual foram realmente constatados ou comprovados por evidências claras. E isso já seria muito mais do que suficiente para entender que há muito charlatanismo e manipulação por trás de qualquer atividade que se afirme sobrenatural, mesmo aquelas que não cobram dinheiro por isto. Por isso, é preciso questionar e se entender realmente qual a verdadeira utilidade de se praticar esse tipo de escrita: um ritual simbólico para comungar o artificialismo de uma religião, ou um ato movido pelo ego do escritor para explorar a fé das pessoas?

Desmistificar a psicografia não significa enxergar a maldade na postura dos “médiuns”, pois muitos usam desse artificialismo pra promover o perdão e o amor, e não para o mal. Mas não é preciso abusar da identidade de uma pessoa morta para se promover a compaixão ou para confortar e convencer alguém sobre algo. É preciso que as pessoas reconheçam melhor o limite racional de atuação do ser humano, incluindo aí o respeito à identidade das pessoas que já morreram. Crer em vidas futuras e imortalidade da alma é uma coisa, agora abusar da identidade de pessoas mortas e sustentar falso-poder comunicativo para se tentar comprovar as crenças espirituais e convencer outras pessoas disso é uma atitude irracional, condizente com a exploração gratuita da fé. Não podemos endeusar falsos-ídolos pela mistificação de suas atitudes. Não vivemos no mundo dos “X-MENS” onde uns desenvolvem capacidades sobrenaturais superiores aos outros. É tempo de nos reconhecermos pela simplicidade da vida e da humildade do nosso campo de ação. Os misticismos do passado devem ser deixados de lado para que possamos evoluir como sociedade. As religiões que consagram o visivelmente irracional jamais evoluirão. E, como buscam a evolução, os espíritas só irão realmente evoluir quando abandonarem definitivamente a psicografia como método de comprovação da comunicação “espiritual”, e passarem a reconhecê-la apenas como uma obra de ficção, dotada de conteúdo literário, de valor simbólico e uso exclusivamente religioso.

Ainda assim, acredito que o movimento espírita possa repensar a doutrina kardecista hierarquizadora e seus métodos artificiais e irracionais. Mas, muitos “médiuns” não gostariam da ideia de perder o tão suado posto de endeusamento espiritual alcançado por eles na referência da psicografia dentre o público espírita. Por isso, é preciso que os espíritas (as pessoas de coração puro e de boas intenções) perdoem todos esses “médiuns” por terem se esforçado além do racional para confortar as pessoas, e que se satisfaçam com outros meios para confortarem sua dor e inconformidade com a morte, sem que para isso consagrem falsos-profetas, sustentem poderes sobrenaturais inexistentes ou abusem da identidade de pessoas mortas. Caso contrário, não haverá maneiras de permitir que o espiritismo evolua como uma religião digna de credibilidade ou de cientificidade, já que é evidente a forma egóica, artificial, tendenciosa e manipuladora como a metodologia kardecista da psicografia é comungada pela comunidade espírita."

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Mensagem por Gigaview Sex 14 Fev 2020, 21:45

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Mensagem por Gigaview Qua 04 Mar 2020, 16:15

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